segunda-feira, 3 de junho de 2013

Não sei falar

Que me desculpem os amigos adoradores da gramática, mas nunca achei que que escrever bem tivesse qualquer coisa a ver com saber as regras. Claro que concordância nominal e verbal são importantes, mas penso que um texto bem escrito é um texto gostoso de ser lido. Ouço sempre que escrevo bem mas, como não sou afeiçoada à regras ortográficas e nunca tenho certeza se devo usar próclise ou ênclise, gosto de pensar que escrevo agradável. Sim, agradável. Conheço pessoas que conseguem desfiar a gramática do Pasquale mas com isso deixam o texto tão pernóstico, tão incrivelmente formal e chato que a gente não tem nenhum prazer em ler. E prazer, para mim, é um requisito fundamental na leitura. Existem autores que são conhecidos por sua densidade, você já começa a ler sabendo que sofrerá na leitura, provavelmente precisará de um dicionário ou de doses extras de cafeína. Agora, se você não é Foucault ou Freud, para que tornar aos outros um martírio entender suas ideias? 
Acho que algumas pessoas pensam que escrever bem é escrever difícil: conheço algumas que conseguem transformar uma simples afirmação em um período tão composto e rebuscado que quem lê chega ao ponto final com duas sensações: a de que não entendeu nada e o alívio.
De minha parte, continuo com O Teatro  Mágico:

"Mas quando alguém te disser ta errado ou errada
Que não vai S na cebola e não vai S em feliz
Que o X pode ter som de Z e o CH pode ter som de X
Acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz"