quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O homem é seu próprio jardineiro (James Allen)

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Amadurecer antes do tempo é perigoso e solitário. Se quando as árvores se enchem de frutos pode-se encontrar crianças, centenas de passarinhos e eventuais adultos menos tímidos disputando as pitangas, o risco que se corre ao ficar vermelha sozinha é acabar na calçada, amassada, cheia de formigas e inútil. Tem algo de melancólico em passar por uma árvore e ver uma única fruta caída sozinha, como se a sua missão não se tivesse realizado: não alimentou ninguém, não virou perfume e, caída sobre o concreto, também não vai germinar, como se sua breve existência não tivesse sentido, sem tocar nenhuma coisa. E talvez esteja na essência da vida das pitangas: não ter sentido.
Estranho como um passeio de ônibus por um bairro arborizado faz a gente pensar na vida. E ter medo.

"Se te contentas com os frutos ainda verdes,
toma-os, leva-os, quantos quiseres.
Se o que desejas, no entanto, são os mais saborosos,
maduros, bonitos e suculentos,
deverás ter paciência.
Senta-te sem ansiedades.
Acalma-te, ama, perdoa, renuncia, medita e guarda silêncio.
Aguarda.
Os frutos vão amadurecer."

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Entre estradas e rodovias


Acredito firmemente que podemos conhecer um povo pelo tipo de caminho que ele constrói, e a diferença de se andar por Minas ou por São Paulo é incrível. Já começa pelo nome: você dificilmente vai ver um mineiro chamando uma rodovia de rodovia, aqui em minas, pavimentada ou não, é estrada e pronto. Em São Paulo, é rodovia e com nome e sobrenome é Washington Luiz, Cândido Portinari, Raposo Tavares, Castelo Branco e até a mais próxima daqui, Adhemar Pereira de Barros.
Se as rodovias de São Paulo são maiores, mais bem equipadas e com o asfalto perfeito, em Minas, nós temos muito mais buracos e bem menos pedágios. Costumo brincar que em Minas a gente não anda porquê não tem estrada, em São Paulo, porque não tem dinheiro para o pedágio. O que mais me encanta nas estradas de Minas, são as paisagens: você consegue andar uns bons 500 quilômetros nas rodovias paulistas vendo os mesmos elementos – laranjais, canaviais, cafezais, uma ou outra indústria, laranjais, canaviais e cafezais outra vez. O paulista, antenado nas exigências econômicas e no melhor fluir de carros e mercadorias, fez rodovias sem curvas, com retas que tendem ao infinito, na ânsia de chegar mais rápido, sacrificou-se tudo o que era natural ou ímpar. Quando você viaja por Minas, no entanto, vê-se o cuidado com que o mineiro fez seus caminhos: com jeitinho, delicadeza, desviando do que tinha de muito difícil no caminho, elas foram construídas para levar em um ritmo natural onde cada viagem é um mergulho na natureza - árvores, flores, pássaros, nada foi excluído ou deixado de lado. Não há poesia que se compare a uma estrada pelo interior de Minas: às vezes parece que você fez uma viagem no tempo, o carro passando por cidadezinhas, as pessoas na janela, as casas de barro, até o tempo passar diferente, mais devagar. São Paulo, é ritmo frenético:buzina, luz alta, sai-dessa-pista-que-eu-tenho-horário-para-chegar-e-estou-sempre-atrasado, é viaduto, concreto, engarrafamento e assombro. Minas é verde, gente sem pressa, casa entre bananeiras e sossego.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Independência ou morte

Hojé é dia de falar de independência. Não vou me ater a fato históricos ou a relatividade que supõe dizer que em 07 de setembro de 1822 o Brasil  se libertou de Portugal, não, tudo isso deixaria meu texto maçante e ácido e vocês não gostariam disso, nem eu. 
Hoje quero falar sobre a nossa independência interior, sobre como é bom se libertar das amarras que são o julgamento alheio e suas expectativas: eu tenho 25 anos, e apesar de casada, ganho meu próprio dinheiro e tomo minhas  próprias decisões. Posso não saber dirigir ainda, o que me torna dependente dos motoristas de ônibus e seus caprichos, mas, mesmo assim, eu sinto uma liberdade muito grande: coloquei como meta e só trago para minha vida pessoas que me acrescentam, não quero um carro novo só porque todo mundo está comprando, na verdade, o que as outras pessoas pensam me é irrelevante. Não podemos nos libertar de todas as pessoas de quem não gostamos, mas tenho aprendido a sorrir, dar bom dia e seguir a diante, com um sorriso no rosto e meu mundo interior efervescente. 
Sabe, no nosso século XXI, onde as mulheres já dominaram o mercado de trabalho, e eu gosto de acreditar, a discriminação às minorias é cada vez menos tolerada a únicas grades que parecem insistir são as que nós mesmos nos impomos, ou deixamos os outros nos impingirem: rótulos, cobranças, expectativas, preconceitos, julgamentos, moralismo, consumismo - essas são as metrópoles das quais devemos fugir do jugo.
Eu falei do carro novo ali em cima, mas, quantas pessoas se prendem ao  trabalho porque PRECISAM ter um carro novo, morar no bairro certo,se vestir de uma certa maneira, fazer a social com pessoas de quem nem gostam, aprender coisas das quais não gostam porque o mundo é globalizado, mostrar para quem os conheceram "na pior" que cresceram e "se deram bem"?
Faço hoje um brinde, e um voto: que nós consigamos nos libertar do que esperam (e não esperam, por vezes!) de nós, e sejamos mais brandos de coração para não esperarmos de mais dos outros.  Não existem nem santas,  nem putas, apenas pessoas tentando descobrirem livremente quem são. Que eu viva quem sou, ou morra tentando.

Um abraço e bom feriado.

domingo, 2 de setembro de 2012

Muffin salgado de frango

Oi meninas! Estava ontem de bobeira e morrendo de fome (não sei exatamente porque, mas para mim essas coisas vem sempre juntas!), então resolvi fazer uma coisa diferente! Muffin salgado! Na verdade, eu nem tinha certeza de que existia, mas agora posso dizer: existe e fica uma delícia!!! É super prático, a massa ficou molhadinha e vocês podem usar o recheio que quiserem: eu fiz de frango com palmito, pois era o que tinha por aqui, mas imagino que de calabresa fique ótimo, atum também! 

Massa:
3 ovos
1 xícara de óleo
1 xícara de queijo ralado
2 xícaras de leite
2 e 1/2 xícaras de farinha de trigo
Sal e orégano a gosto
1 colher de fermento em pó
 É só bater tudo no liquidificador!

Recheio:
Um peito de frango desfiado
Meio vidro de palmito picadinho
Azeite
Catchup
2 colheres de sopa de creme de leite
Refogar o frango e o palmito no azeite, colocar uma colher de catchup, só para dar cor, depois de desligar o fogo, misturar o creme de leite para ficar cremosinho (se você tiver requeijão ou catupiry, pode substituir).

Montagem:
Coloque uma colher de sopa de massa, uma bem cheia de recheio e outra de massa por cima. 
Levar ao forno pré-aquecido, e assar durante +/- 30 minutos.

Espero que vocês aproveitem bem minha receitinha, não devo postar nenhuma por um tempo: sexta-fera fiz uma endoscopia, estou com refluxo/ulcera, de forma que daqui para frente vou precisar controlar minha alimentação e me vigiar para não prejudicar mais meu estômago. 
Bom domingo para vocês e uma ótima semana!