terça-feira, 26 de abril de 2011

Quem tem medo, medo, medo?

 Medo: do latim metus, temor, apreensão, sensação de insegurança.

Diz O Teatro Mágico que "o primeiro senso é o medo, depois a fuga" e eu tenho  pensado muito a respeito desse assunto. O namorido foi viajar no feriado para visitar a sogra e eu, por teimosia, resolvi ficar em casa sozinha ao invés de dormir na minha mãe, afinal eu sou uma mulher moderna e não posso depender de homem, certo? Teoricamente sim, mas a verdade é que eu não dormi direito as quatro noites do feriado, de medo. Medo absurdo e irreal de ladrões, mesmo sabendo que meu muro é alto, que todas as janelas tem grade, que estava tudo fechado, que o telefone estava embaixo do travesseiro e minha mãe de prontidão. Eu não sei quando esse medo começou, mas o fato é que ele se agravou ao longo dos anos, principalmente porque a casa da minha mãe foi assaltada de um jeito ridículo: entraram na garagem para roubar o som do carro, mas tinha uma chave de casa lá, então aproveitaram e entrara, na casa enquanto todos dormíamos e levaram tudo o que puderam carregar. O mais absurdo: inclusive tendo roubado o meu celular embaixo do travesseiro (hábito antigo) eu não acordei, nem ninguém mais.Coloco aqui outra questão: como uma pessoa adquire tanta importância pra gente que atribuímos a ela uma característica sobrenatural, a de nos proteger? Se eu fosse assaltada, com o namorido em casa ou não, provavelmente as consequências seriam parecidas, não é como se fizesse muita diferença amarrar uma  ou duas pessoas, mas porque só de tê-lo por perto o medo some?
Por essa linha de raciocínio, podemos fazer uma outra pergunta: o que define o que a gente teme? Porque olhas, quando eu paro pra pensar nas coisas que me dão medo, uma lista um pouco incongruente surge, e é um exercício interessante testar estabelecer nexos causais entre seus elementos: eu por exemplo tenho medo de, além de ladrões, aranhas, escorpiões, que a minha mãe morra em algum meio de transporte, que meus segredos venham á tona, de não passar no estágio probatório, de engravidar, de lança perfume, de  uma tromba d'água me atingir enquanto eu estou numa cachoeira, de nunca conseguir descobrir quem eu sou ou o que estou fazendo aqui, de virar uma velha solitária com um gato, de público, de passar por situações constrangedoras e de nunca passar no exame de motorista. O que eu venho lutando para fazer é evitar me definir por meus medos, tentar destacar, ao  invés, minhas qualidades mesmo que às vezes eu pense que existe uma lógica nisso tudo,  que esses medos me definem de certa forma, ou ajudariam um expert a explicar minha personalidade. Será que a  Pitty tem razão, e nós temos medo só por aquilo que amamos?

" Medo de ter, medo de perder
Cada um tem os seus
E todos tem alguns
Suando frio, as mãos geladas
Coração dispara até sufocar
Só trememos por nós mesmos
Ou por aqueles que amamos
Homem que nada teme
É homem que nada ama".
(Medo -Pitty)

E você, tem medo de que?

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Me tornando uma bridezilla

"Vamos embora de repente, vamos embora sem demora,
Vamos pra frente que pra trás não dá mais
Pra ser feliz num lugar pra sorrir e cantar tanta coisa a gente inventa, mas no dia que a poesia se arrebenta
É que as pedras vão cantar"
(Pedras que cantam - Fagner)


Desculpem o sumiço, juro que estou vindo aqui e as visitando o máximo que consigo, mas a verdade é que eu assumi mais compromissos do que eu cumpri, estão estou numa corrida sem ter fim! Vim aqui hoje para contar uma novidade, que imagino todo mundo vai gostar de ler e ficar feliz por mim: eu e namorido resolvemos nos casar! Estou muito feliz, embora nunca tenha sonhado casar de branco, parece que os preparativos dão a gente uma outra noção do evento todo, então estou já uma bridezilla perfeita: resolvemos casar no dia 11/11/11 e então a correria é grande, pelo que eu andei pesquisando por aí o povo recomenda 1 ano e meio de preparativos, eu vou ter 7 meses! Depois venho contar mais detalhe pra vocês, mas por enquanto queria contar que nós resolvemos (tá, eu resolvi e ele aceitou) que o casamento vai ser temático, logo lá vamos nós para o tapete vermelho e hollywood, olha que arraso! O que pega? Eu tive a idéia, agora não sei como por em prática rsrs Nós não vamos nos casar na igreja, já que eu sou espírita e namorido é ateu, então resolvi fazer o casamento no civil para poder dar uma festa, não como forma de satisfação social, mas mais como uma oportunidade de dividir com todas as pessoas que eu mais amo a minha alegria! Demora tanto pra gente achar a pessoa certa, que é mesmo motivo de comemoração, não é? Eu achei engraçado que depois que eu falei que ia casar, todo mundo começou a achar que é porque eu estou grávida, fala sério! Gente, eu engordei de pura satisfação em estar junto com namorido desde dezembro, não tem nada de bebê não! O bom que se eu tivesse servia de desculpa, como não estou, só posso assumir que sou gulosa e preguiçosa, ou seja, adoro pecados capitais! Enfim, podem se acostumar a me ouvir falar de casamento por aqui, eu estou empolgada que aparentemente não sei falar de mais nada, espero que vocês não cansem e me abandonem hehe
Um abraço e um fim de semana perfeito pra todo mundo!

P.s: Vocês conhecem o Emerson Nogueira? Ele é famoso na região de vocês? Pura curiosidade!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Meu pai fala cada merda

É engraçado que quando a gente é criança, às vezes tem vergonha dos pais. Não me orgulho disso, principalmente depois que eu cresci e descobri que pessoa maravilhosa é a minha mãe. No fundo, eu sempre tive muito orgulho dela, alçando vôos no correio, sempre tão elegante e inteligente, mas às vezes, as outras crianças com a mãe em casa preparando o lanchinho que elas levariam para a escola conseguiam me fazer sentir diminuída.Agora, minha mãe é uma mãe absolutamente normal, com seus padrões de pensamentos e filtros de linguagem, necessários a todos os que vivem em comunidade, certo? Mesmo que às vezes ela me mate de rir - involuntariamente - com seus amigos bizarros e sua ligeira falta de noção, não é nada grave, e sempre garante boas risadas.
Pois bem, eu comprei para ler "Meu pai fala cada merda" do Justin Halpern, que é baseado em fatos reais, e acabou virando um seriado nem de longe tão engraçado, na Warner. Gente, vale a pena! Sabe aquele dia que o mundo parece que vai acabar, e você tá deprimido, ou sem ânimo? Leia um capítulo que tudo volta ao normal! Eu, literalmente(viu, aprendi como usar), chorei de rir lendo. Vou colocar umas frazesinhas pra vocês irem se animando.

"Sobre o primeiro dia no Jardim de infância
Você achou difícil? Se o Jardim de infância foi difícil, tenho más notícias sobre o resto da sua vida".

"Sobre se sentir intimidado
Ninguém é tão importante assim. As pessoas comem, cagam e trepam, exatamente como você. Bem, talvez não exatamente como você. Você tem problemas de estômago".

"Se você trabalha e estuda pra valer e se fode, tudo bem. Se você não se esforça e se fode, você é um merda".

"Sobre a partida de beisebol no fim do ano para angariar fundos
Me diga simplesmente quanto preciso dar para nunca sair desse sofá".

"Sobre o filho do meu irmão ter demorado um pouco para aprender a falar
Relaxe, quando o bebê falar, falou. Não é que ele saiba a cura do cêncer e não esteja revelando".

Verdadeira pílulas de sabedoria, não?
Muito obrigado pelos comentários todos no post anterior, foram todos muito úteis e saber que eu não sou a única que apanha da baliza não tem preço :)

domingo, 3 de abril de 2011

Porque ninguém é uma ilha

desajustado adjectivo
1. que se desajustou
2. pouco apropriado
3. inadequado, que não cumpre a função que lhe foi atribuída
4. desarranjado
5. que manifesta inadaptação


Eu sou definitivamente uma desajustada social. Coisas como cumprimentar pessoas oufazer uma ligação para alguém desconhecido sempre irão me exigir mais esforços do que para qualquer outra pessoa. Pelo trabalho, tenho me exposto bem mais do que o comum, e tenho conseguido trabalhar um pouco isso, afinal lido com público o dia todo, mas acho que nunca deixarei de sentir aquele friozinho na barriga antes de tirar o fone do gancho. Sabe o que é engraçado? Eu sei exatamente porque eu sou assim e não me orgulho nem um pouco: além de perfeccionista, eu sou muito orgulhosa. Quer um exemplo simples? Às vezes nós cometemos gafes, ficamos sem graça no momento, depois que passou a gente até consegue rir, certo? Não comigo. Eu tenho um catálogo interior de gafes que até hoje quando relembro me deixam com vergonha, taquicardia e vontade de me explicar para a pessoa afetada. A mais antiga de que me lembro, eu devia ter uns nove anos (devem existir outras anteriores, mas não vou me torturar pensando no assunto) minhas mãe me fez uma pergunta qualquer, tipo: 
-Mas foi isso que ele disse, literalmente?
Eu respondi algo como: "- É, quase literalmente...."
Minha mãe com todo jeito do mundo me explicou que literalmente significa "na íntegra", educadamente claro, mas eu nunca pude me perdoar por não conhecer a expressão no momento que precisava dela. Entende o que eu digo? Eu SEI,  racionalmente, que eu não precisava saber o significado da expressão naquela época  mas, mesmo assim, não consigo me convencer de que se eu tivesse lido mais, prestado mais atenção, etc etc, já teria conhecido. Loucura, não?
E não para por aí: sabe outra coisa de que eu morro de medo? Que pessoas próximas a pessoas próximas de mim morram. Sério, eu penso não só no sofrimento das pessoas, mas também em como eu deveria me comportar. Aliás, metade da minha vida é gasta imaginando situações hipotéticas e como seria o jeito correto de me comportar então: o que a gente faz com alguém querido que perdeu alguém mais querido ainda? O que fala? Pra começar, eu sou da opinião que conhecidos e colegas de trabalham não deveriam invadir o velório ou enterro alheios, pois se fosse o meu caso, gostaria de me sentir a vontade com a minha dor, sem ninguém para assisti-la. É compreensível ou só outro caso de esquisitice mayarística?
Passando para temas mais leves, vocês acreditam que até hoje eu não fui no auto-escola para tirar minha carteira de motorista? Eu passo em frente toda semana, acho que tá muito cheio, que as pessoas vão se incomodar com a minha presença, que eu vou ter vergonha de contar que já fui reprovada três vezes e alguém perto pode ouvir... E não, não é pudor, é orgulho puro e simples: tudo o que me propus fazer nada vida eu consegui, com esforço, estudo e dedicação. Na prova prática de direção isso não funcionou tao bem. E é duro pra mim assumir que uma coisa que qualquer pessoa, por mais simples que seja, consegue fazer, e eu, não.
Vou dar só mais um exemplo da minha fobia social: odeio cumprimentar pessoas. Não as chegadas, a quem eu já puxo logo para um abraço e tasco um beijo na bochecha (que saudades de abraçar a minha mãe!) mas aquelas com quem eu não convivo muito ou a quem eu não conheço: que terror definir se devo dar a mão, um beijo, dois beijos, um abraço ou só um meneio de cabeça. Geralmente, fico com o meneio de cabeça. Ele me expõe menos.


Pessoas já queridas, desculpem o sumiço, estou sem acesso a blogs no trabalho e um pouco sem tempo em casa. Prometo que logo logo isso estará regularizado. 
Muito obrigada pelos comentários no último post, há dias em que eu acordo sem fé na humanidade, mas já passou e como disse o Mestre " Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei".
Uma ótima segunda-feira pra todo mundo, e uma semana brilhante!
P.s: Acho que eu vou fazer um meme pro blog, que cês acham?