sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Resoluções de ano novo

Eu parei de fazer resoluções de ano novo faz algum tempo, pois acho a vida muito inesperada, e sempre fico frustrada quando meus planos não dão certo. A verdade é que as coisas acontecem como devem, e não como a gente espera, mas, inspiranda pela Ana Cristina resolvi fazer projetos para o ano novo, que simbolizem objetivos da minha vida nesse momento, assim posso fazer um balanço, e perceber o que alcancei, pois mesmo que nã seja tudo, tenha fé de que vou conseguir, com persistência e paciência, alcançar alguns objetivos dos que me propus. Vamos a lista, então: vou setorizá-la para ficar mais fácil de ir lembrando!

Na casinha: 
- Gramar o terreno
- Cobrir a garagem
- Fazer uma varanda
- Trocar o sofá
-Instalar o toldo na lavanderia
- Planejar os móveis do escritório/quarto de visitas

Em mim mesma:
- Freqüentar a academia (porque todo ano coloco entrar, entro e saio rsrs)
- Perder mais 10 quilos
- Voltar para o espanhol
- Exercitar a paciência e o silêncio
- Me voluntariar para alguma atividade social
- Estudar para  o mestrado

Livros-meta:
1- North and South - Elizabeth Gaskell
2- A festa e outros contos - Katherine Mansfield
3- A moradora de Wildfell Hall - Anne Brontë
4- Doze dias: crônica de uma viagem pela montanha - Vita Sackville-West
5- Mrs. Dalloway - Virginia Woolf
6- Orlando - Virginia Woolf
7- A insustentável leveza do ser - Milan Kundera
8- A época da inocência - Edith Wharton
9- O pecado de Lady Isabel - Mrs. Henry Wood
10- Diários e Cartas - Katherine Mansfield

Séries-meta:
1-Downton Abbey
2-Jane Eyre
3-Orgulho e Preconceito
4-Razão e Sensibilidade
5-Cranford
6-All passion spent
7-The Edwardians
8- Retrato de um casamento
9-To the house light
10-Lost in Austen
11-Tess of Ubervilles
12-Miss Austen Regrets
13-Sparkhouse
14-Mansfield Park
15-The Northranger Abbey

Espero que 2012 seja um ano maravilhoso para todo mundo, que todos nós consigamos realizar nosso objetivos, e que essa ilusão de mudança nos dê o poder de mudar-nos e mudar situações, sentimentos ou coisas que não nos fizeram bem 2011. Uma virada cheia de luz e amor para todo mundo que passar por aqui!

Post atualizado em 28/12/2012, para riscar os objetivos já alcançados. Faltaram muitos, mas de maneira geral, creio  que foi um ano  bem de acordo com o que eu pretendia!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

I Desafio Literário - Jane Eyre


 
 Eu gosto de Jane Eyre. Ela é dramática, impulsiva, geniosa e não sabe o seu lugar. Não saber o seu lugar é o que faz com que ela cresça: sem se colocar limites como ser órfã e depender da tia, não se cala diante das injustiças de que é vítima; sem perceber a distância entre ela e o Sr. Rochester, conquista o patrão e casa-se com ele. Tenho até uma teoria, válida para os dias de hoje, de que ser cara de pau ou não ter senso de rídiculo faz alcançar mais objetivos do que a inteligência em si, mas isso é assunto para outra hora.Ler Jane Eyre é uma experiência a parte: faz chorar, tem romance e até lances de história de terror. Se o final é um pouco piegas – eles se casam, têm filhos, ela herda uma fortuna e ele aos poucos volta a enxergar, a história em si faz sucesso exatamente porque deixa entrever esse final feliz: é reconfortante saber que depois de passar fome, frio, e carências sentimentais, a personagem vai finalmente encontrar o que procurava, amar e ser amada. Mesmo que a premissa se aproxima da de “A preceptora”, visto que ambas as figuras centrais são governantas, a diferença essencial a meu ver é que Jane Eyre estava preparada para professar, e por isso não é esse o enfoque do livro. Isso talvez se deva à própria experiência de Charlotte, ao passar um período maior de sua educação fora de casa, ao contrário de suas irmãs.  Enfim, eu entendo porque o livro fez mais sucesso que o dê sua irmã: ele tem mais vida, é mais fantástico e menos autobiográfico. Para quem se animou, recomendo também a série de 2006  da BBC, que eu estou assistindo. Achei que eles passaram um pouco por cima da infância da Jane, e portanto não ficou muito claro como ela se tornou quem é, coisas que fica explícita no livro, mas em geral, é uma boa produção, bastante fidedigna, utilizando inclusive diálogos presentes no livro. Além disso, como era de se prever, tanto ela como o Sr. Rochester são lindos, ao contrário de no livro.
Jane Eyre BBC (2006) Episódio1   Episódio 2   Episódio 3 Episódio 4

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

I Desafio Literário - 70% completo

Quando eu comprei o livro Miss Brontë, simplesmente não estava pronta para me deparar com as mudanças que ele faria na minha vida: o livro me lembrou do meu gosto por literatura inglesa de época, e acabou por me levar a me reapaixonar pelo assunto, motivo pelo qual vocês devem ver várias dicas e sugestões por aqui nos próximos tempos. A essa altura, e com prazo de folga, já li "A preceptora" e "Jane Eyre", e comecei ontem a reler "O morro dos ventos uivantes", até que estou rápida, não? Vou falar um pouquinho do que achei para vocês do que já li, espero que gostem.

A preceptora - Anne Brontë
Anne, a caçula das três irmãs Brontë, sempre foi considerada pelos críticos como a mais fraca escritora das três. Em "A preceptora", ou "Agnes Grey", o título original, podemos observar reflexos da própria experiência dela ensinando,  já que esta trabalhou como governanta em casa das famílias Robinson, em Thorp Green e  Ingham Blake, em Mirfield, vivendo com saudades de casa e esperando pelas férias de verão -tal como a heroína de seu livro.Além disso, especula-se que o primeiro emprego de Anne foi quase totalmente reproduzido em seu primeiro livro, pois foi uma experiência muito traumática. O realidade, infelizmente, não colaborou para o fim levemente agradável do livro: Anne morreu, solteira, tuberculosa e deprimida aos 29 anos, sem se casar com o seu "Edward Weston", ou na realidade William Weightman, como alguns especulam. Depois de ler "A preceptora" eu entendo porque o título de mais fraca a Anne, e o aparente ostracismo em que o livro caiu na época de seu lançamento: apesar de não achar justo compará-la às suas irmãs - cada uma uma pessoa, um universo - o livro é pouco mais que um romance aguado e pouco profrundo e, para mim especialmente, só serviu para refletir sobre o papel da educação e o futuro desta na realidade, como eu escrevi por aqui. De qualquer forma, estou animada para ler o outro livro publicado por Anne, "A Inquilina de Wildfell Hall", um sucesso imediato quando foi publicado e que trata de uma mulher que não aceita  comportamento imoral de seu marido, e por isso foge com seu filho buscando uma vida melhor. Creio que a história seja  mais propícia a discutir temas como o papel da mulher na sociedade inglesa no período. Quem sabe não fica para o próximo desafio?! :)





Tal como vocês podem ver, provavelmente nos próximos meses seremos invadidas Jane Austen, Kate Chopin, Elizabeth Gaskell, Katherine Mansfield,Mary Shelley, CharlotteLennox,Edith Wharton e, claro, as irmãs Brontë seja em livros, séries ou filmes!

sábado, 17 de dezembro de 2011

Férias

Bom dia meninas, espero que todo mundo esteja tão bem como eu!
Estou de férias desde quarta-feira, e tirei o pijama em raríssimas ocasiões, uma delas foi para ir ver a praça iluminada ontem a noite, então atualizei as fotos do post sobre o natal de Poços, espero que vocês gostem, já que ficou menos profissional e mais aconchegante, na minha opinião.
Graças a Deus só volto a trabalhar no dia 02 de janeiro, estava realmente precisando de um tempo: acredito que quando nossa convivência com alguém dura muito, por mais que a pessoa seja legal, acabamos nos desgastando, e os pequenos defeitos começam a nos incomodar. Nesse caso, nada como 20 dias de separação para deixar o mau humor de lado né?! 
Eu comentei com vocês que marido e eu não tivemos lua-de-mel: a época do casamento coincidiu com provas e outros milhões de coisas nas escolas onde ele trabalha, então tivemos que adiar a viagem. Estamos indo então viajar. Vamos passar uma semaninha na praia, nada de nordeste nem nenhum lugar muito phyno, vamos para Caraguatatuba-SP e provavelmente enfrentaremos muita chuva, mas creio que a mudança de ares nos fará bem: passar um tempo só nós dois, sem compromissos ou pressa, poder andar descalços na areia, falar besteira e ficar juntos. Acho que todos precisamos disso de vez em quando. 
Volto então na semana que vem para contar como foi, boa semana para todo mundo que passar por aqui, e rezem pra fazer Sol por mim, por favor!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Christmas is all around


Árvore de Natal da praça Pedro Sanches
A casa do Papai Noel, Parque Pedro Afonso Junqueira
Eu adoro Natal. Não sou daquelas que se indigna com o consumismo ou acha hipocrisia as demonstrações de boa vontade que se espalham pelo no mundo nessa época. Pelo contrário, eu adoro presentear ( embora geralmente só caiba no meu orçamento as famosas "lembrancinhas") a todos os amigos e amores, e acredito que a gentileza é sempre positiva, ainda que perene.
Pelo que eu andei olhando nos blogs amigos, todo mundo já está em clima natalino, com enfeites e árvores, cada um mais lindo que o outro. Como a minha arvorezinha ainda não está lá muito pronta, vim mostrar um pouquinho da minha cidade no Natal.
Anjo na praça Pedro Sanches
A decoração esse ano ficou toda por conta das luzes, achei incrível.
Poços de Caldas vem se adaptando à ideia de turismo natalino nos últimos anos, com o evento conhecido como "Natal Encantado", cheio de luzes e cores. Eu amo passear a noite pela cidade e ver tudo tão iluminado e revestido de mágica. Espero que vocês também gostem.
O título se refere a um dos filmes mais bonitinhos e delicados que eu já vi sobre Natal, e que recomendo para todo mundo," Simplesmente amor".
Rua São Paulo. Nos últimos anos, a de decoração mais bonita na minha opinião.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Decoração natalina

Boa tarde meninas! Hoje vim mostrar para vocês a decoração de natal da minha casinha. Marido não gosta muito dessa época, mas como eu amo, fiz questão de ter nem que fosse uma arvorezinha. Não estranhem a simplicidade, mas como é nossa primeira árvore e a grana tava curta, ficou básica mesmo, mas eu amei! 

Eu sempre adorei ver a árvore de Natal cheia de presentes.É um dos meus maiores prazeres saber que vou poder dar uma lembrancinha a todas as pessoas que fazem parte da minha vida e a tornam mais feliz! 
 Como a minha porta é de vidro, não pude colocar uma guirlanda ( alguém  tem alguma ideia genial a respeito?) mas achei esse boneco de neve nas americanas, próprio para a maçaneta, e me apaixonei!

Hoje é dia de ir na casa da minha mãe para montar a árvore dela com meus irmãos mais novos: é quase uma tradição familiar e eu adoro, pois não tenho muito tempo para conviver hoje em dia, e é bom passar umas horas com eles falando bobagem. Depois mostro para vocês!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Cidadezinha


 A velha cidade dormitava entre montanhas. Seus habitantes, divididos entre a nostalgia e a desesperança, vagavam pelas ruazinhas com olhos vazios e ombros caídos. Os mais jovens buscando oportunidades melhores se mudavam assim que percebiam que o marasmo não era passageiro: a ferrovia, antes sinônimo de progresso e desenvolvimento e agora tomada por mato e ferrugem, atestava a passagem do tempo e sua irremediabilidade. Era, sobretudo, uma cidade de velhos e crianças, e os jovens que não conseguiam fugir, estavam fadados a envelhecer rápido, senão pelo acréscimo de rugas aos rostos, então pela perda do brilhos dos olhos e o andar lento que adquiriam por voltas dos 20 e poucos. Pelas manhãs, todos se encontravam nas janelas, debruçados sobre seus cotovelos e as maravilhas passadas:
-Tanto potencial! O presidente inaugurando a estrada de ferro, as damas com vestidos rendados , as crianças em seus babados e os cavaleiros garbosos com seus chapéus e ternos engomados!
Um sentimento de inquietude, mesclado a incredulidade dominava a maioria dos que paravam para pensar: o que fora feito de tanto futuro, tantos sonhos? Como era possível que uma cidade morresse? Nas pequenas vendas com seus balcões empoeirados os menos – ou mais?- corajosos afogavam suas angústias em cachaça, e por isso era ora execrados, ora invejados pelos que persistiam em viver a situação sem o embotamento da mente.
Aos domingos, depois da missa, todos davam voltas na praça central, elogiando a calma e tranquilidade que só encontrariam em uma cidade como aquela, convencendo-se, e aos outros, que o silêncio era maior vantagem do que crescer. E quem gostaria de crescer, com tanta poluição e maldade no resto do mundo? Esmagados por uma modernidade da qual não podiam fazer parte, agiam qual avestruzes, evitando ver a luz do sol para não desejarem seu brilho.
Os que absolutamente exaustos desistiam e saíam da cidade eram tratados como traidores, responsáveis diretos pela ruína do lugar, e, ao mesmo tempo aguardados com ansiedade, pois só assim o mundo exterior penetrava naquele lugar esquecido. A verdade, no entanto, era que quem saía não mais voltava: bombardeados com a velocidade do mundo moderno passavam a duvidar de sua existência anterior, rindo dos hábitos arcaicos e se esforçando para mudar seus antigos costumes e se adaptar a sua nova realidade.
Eis que um dia um deles voltou: conhecido como João Foguete, havia desde a infância sonhado em fugir daquele lugar, mas uma vez na cidade grande, pôs-se a rememorar a vida na sua vila e dedicou-se a descobrir uma maneira de modernizar a cidade. De tanto pensar em ferrovias imaginárias, minerações exauridas e lavouras ressecadas, Foguete finalmente percebeu que a única coisa que a cidade tinha a vender era a si mesma: em mundo em constantes modificações, onde tudo acontecia na velocidade da luz e as pessoas não tinham tempo de se conhecer, com certeza muitos pagariam pela tranquila ilusão de viver em outros tempos, mais calmos e com valores imutáveis.
Com a dose certa de publicidade, combinada a um grande poder persuasivo, João convenceu a cidade de seus planos turísticos, e as pessoas da cidade grande de que eles precisavam de algo diferente de vez em quando, para os lembrar de quem eles eram. Hoje em dia, as senhoras continuam a se debruçar nas janelas, e os jovens ainda passeiam na praça aos domingos, só que agora flertando e rindo, mostrando a todos os “estrangeiros” quão felizes eles são na simplicidade em que vivem, afastados da vida moderna.
Os que se atrevem, porém, a mudar para a cidadezinha logo se sentem ludibriados: por trás das matronas na janelas, televisões de lcd e notebooks se escondem, e passados os períodos de férias e finais de semana movimentados, a moças trigueiras trocam seus vestidos rodados por calças jeans e dançam ao som do funk, que infesta a praça central. Alguns velhos moradores ainda reclamam a calma perdida, porém a a maioria, alucinada com a modernidade recente, esqueceu-se de pensar, e agradece todos os dias ao prefeito João Foguete.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Sobre a minha incapacidade de ensinar



Desde que eu comecei a ler “A preceptora” da Annde Brontë estou com vontade vir aqui falar de educação. Não sei o que o pessoal que passa por aqui pensa do assunto, mas como minha graduação é na área, e eu trabalho hoje em uma universidade, creio que possa falar um pouquinho assunto sem falar muita bobagem. Eu sou do tipo que acredita realmente que ensinar é uma profissão de fé, e que é exige vocação. Que os salários são baixos, ninguém discorda, porém o que eu acho que exige mais da pessoas que se propõe a ensinar é fé na humanidade. Eu dei aulas por exatos dois meses, para nunca mais se tiver escolha, o que só me faz ter ainda mais respeito por aqueles que não se deixam abater e dão a cara a tapa todos os dias, tentando ensinar o impossível. 
Apesar de querer acreditar no maravilhoso, muitas vezes eu me pego duvidando do futuro: a internet, as mudança de valores, a inversão de prioridades e mil outros fatores estão tornando a nova geração alienada e estúpida. Os programas de televisão são cada vez mais fáceis e comerciais, sob pena de não renderem por falta de quem os entenda, o uso “errado” da língua portuguesa passa a ser correto, simplesmente porque é muito difícil ensinar a norma culta, então, aceitemos que falem errado, o sonho dos pequenos, que antes era ser médico ou astronauta, hoje é jogar futebol: dinheiro fácil, mulheres e idolatria. 
De vez em quando, uma luz aparece: eu vejo como o marido fica feliz quando tem um aluno bom e dedicado, porém, vejo também que isso é cada vez mais raro. Os jovens de hoje em dia parecem pensar que estudar é perda de tempo, pois todas as respostas parecem estar a 3 segundos de distância, ali no google. Às vezes penso que estão mesmo – mas que eles estão se tornando tão ignorantes, que não serão capazes de entender as perguntas.
A Agnes Grey fala logo no começo do livro que ela não deveria ter problemas para cuidar de crianças, pois ela própria ainda sabia o que estas valorizavam, e poderia sempre se colocar em seu lugar para tomar decisões. Acho que, no final, a culpa sobre eu não poder ensinar é só minha: se ao ensinar você precisa se achegar ao outro, se aproximar de suas experiências, essa é uma capacidade que nunca tive: sou péssima para demonstrar intimidade, e como sempre senti e pensei diferente da maioria, não fui próxima nem dos meus próprios colegas estudantes, sempre enfiada com a cara em algum livro.