Há muito tempo fãs e críticos em geral sabem que a expressão “Rock in rio” não traduz exatamente a essência do evento: mais do que uma descrição do que acontece, ela é uma marca. O rock in rio engloba uma diversidade tal, e diriam alguns uma enorme gana comercial, que transmite elasticidade a ponto de acontecer na Europa, como em Lisboa, por exemplo. Dito isso, vou me arriscar a fazer uma “defesa” da Cláudia Leitte, mesmo que essa me valha algumas pedradas da galera mais radical. Pode ser que a “musa” do axé tenha errado ao comparar os jovens intolerantes a Hitler, porém o que fica é a ideia por traz: a da intolerância. Na verdade, a questão é bem simples: não gosta do show, não vá. O mercado do rock n roll e depois do metal sempre gostou de se considerar, seja pelo visual, pela ideologia ou mesmo por gosto próprio, à margem da sociedade. Oras, em um evento do porte do Rock in Rio, o que há de se esperar? Comércio, capitalismo, dim dim, bufunfa, e o que dá dinheiro? A Cláudia Leitte, meus caros, que mesmo massacrando clássicos como Led Zeppelin (essa sim uma banda digna do evento, diriam alguns) arrancou palmas da plateia e sacudiu milhares de pessoas.
Uma parte do discurso da baiana que realmente me chamou a atenção, e que provavelmente foi a que mais zangou os fãs adolescentes e exaltados de cantoras como a Katy Perry e Rihanna, e se estendeu para fanáticos por Britney Spears, por exemplo, diz o seguinte:
“Artistas internacionais vêm pra cá, mostram a bunda, atrasam-se por 2 horas pq estão dando uma festinha no camarim, não conseguem conciliar a respiração com o canto, não preparam espetáculos para o nosso povo, desafinam, enfim, pouco se importam conosco, querem beijar na boca, ir à praia e tomar nossa cachaça, e nós, que pagamos caro para assistir aos seus “espetáculos” em nossa terra, aplaudimos a tudo isso. Ah! É Rock! É Pop! É bom!”
Eu concordo plenamente com todas as palavras acima: se vocês derem uma olhada nos portais, ou mesmo no Ego, vão perceber eu Rihanna, por exemplo, foi mais noticiada por seus passeios, festas e descanso do que pelo show em si. E Katy Perry, convenhamos, mesmo esbanjando simpatia e animação, cantou sofrivelmente sem o playback, errando e desafinando seguidamente. Ora, eu não gosto de axé, mas ninguém pode negar a energia da Cláudia Leitte, e que ela consegue cantar e dançar ao mesmo tempo, ao contrário das queridas estrangeiras. Semana que vem tem show da Ke$ha, eu aposto com qualquer um que veremos mais abuso da imagem sexual do que música em si.
Ninguém é obrigado a concordar com as outras pessoas, mas respeitar é fundamental. No meu Rock in Rio, nunca a Cláudia Leitte tocaria no palco principal enquanto a ex-nightwish Tarja tocou de dia e como convidada. Porém, muita gente pagou sim, para ver a “Claudinha” e eu vi até reportagem com gente que foi ao evento só para assistir ao, pasmem, Nx Zero. O que é válida no Rock in Rio 2011 é a lição de coexistência: a regra fundamental continua sendo cada um no seu cada um, cada qual com seu cada qual.
Para quem não entendeu a polêmica, clique aqui.
P.s: Domingo que vem, dia 02 de outubro, eu estarei no Rock in rio, e depois conto tudo para vocês!
3 comentários:
Concordo plenamente com você,May.
Eu não sei se sempre existiu o "dia do Pop" no RIR, mas confesso que o show que mais odeio da minha ídola Britney Spears, foi no RIR 2001, quando o dimdim falou mais alto e ela resolveu vir....Aos fãs que a conhecem há anos e pagam para o show dela, estão "morridos" de saber que o playback é apenas um detalhe, desde que ela esteja em pé no palco. Mas no RIR sou a favor da radicalidade e exclusividade de só ter ROCK! Sim! Seria o certo, para não haver conflitos de estilos ... Adoro seu Blog, parábens pelas palavras. Beijo. ;)
Dispensa qualquer comentário posterior mama
Hum, não sei o que está rolando, não vejo tv e não vou a shows, mas gosto mais da Katy:) Cada um vê o que quer. Só poderiam ter trocado o nome do evento, mas agora vai ter que ser assim para sempre! Bjs.
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