terça-feira, 16 de novembro de 2010

Andei lendo: O noivo da minha melhor amiga

Eu adorei esse romance de Emily Giffin, achei o jeito dela escrever super divertido e sarcástico, me lembrou um pouco a Bridget Jones. A história é basicamente a seguinte: no aniversário de 30 anos de Rachel, depois de beber demais, ela acaba na cama com o noivo de sua melhor amiga de infância, Darcy. A partir de então, o livro passa a narrasras peripécias de Rachel para manter o caso com Dexter, e a amizade com Darcy. Detalhe que Rachel é a madrinha do casamento. Enfim, adorei, recomendo, e selecionei umas frases. Vale falar que eu me identifiquei muito com a Rachel, não pela situação, mas pela forma como a personagem foi estruturada: suas dúvidas, inseguranças, as neuroses...

“Talvez eu simplesmente seja uma pessoa má. Talvez a única razão para que eu tenha sido boa até agora tenha menos a ver com a minha firmeza de caráter e mais a ver com o medo de ser pega em flagrante. Obedeço às regras porque tenho aversão ao risco.” (Pág. 18)

“- Você é tão sortuda - Darcy resmungava enquanto eu tentava estudar.
Não, sorte é o que você tem, pensava eu. Sorte é comprar um bilhete de loteria e ficar rica. Nada na minha vida tem a ver com sorte - tudo é uma questão de trabalho duro, uma luta ladeira acima. Mas, é claro, eu nunca disse isso. Disse apenas que as coisas logo, logo iriam mudar para ela.” (Pág. 29)

“Essas são as imagens das quais eu me lembro mais. São como fotografias de ex-namorados: você quer desesperadamente jogar fora, mas não tem coragem de se livrar delas. Então, em vez de jogar fora, guarda numa caixa de sapato velha, no fundo do armário, e decide que não há mal nenhum em guardá-las. Só para o caso de querer abrir a caixa e lembrar alguma coisa dos bons tempos.” (Pág. 34)

“Não derramei uma lágrima sequer até que o encontrei numa festa, de mãos dadas com Betsy Wingate, que também tinha sido do nosso dormitório no primeiro ano. Não queria estar segurando a mão dele, por isso soube que minha reação era apenas um misto de nostalgia e orgulho ferido.” (Pág. 45)

“Olhando em retrospecto, me questiono se realmente amava Nate, ou apenas a segurança do nosso relacionamento. Fico imaginando se na verdade meus sentimentos por ele não tinham muito a ver com o fato de odiar meu trabalho. Do Exame da Ordem até aquele ano infernal como funcionária de um escritório, Nate foi minha válvula de escape. E às vezes isso pode se parecer muito com amor.” Pág. 47)

“Não tem nada a ver com o valor inerente da pessoa, com a soma de seus atributos. É uma coisa que você não pode se obrigar a sentir. Ou a não sentir. Embora eu tenha realizado um trabalho razoável ao longo dos anos.” (Pág.89)

“Não, risque a palavra “carreira”. Carreiras são para pessoas ambiciosas. Eu quero apenas sobreviver, ter um contracheques no final do mês. Isto é um mero trabalho. Posso ficar ou ir embora deste lugar. Considero pedir demissão e seguir com paixão uma carreira que eu ainda não sei qual é.” (Pág.100)

“Penso que muitos casais pontuam suas ligações com vários "eu te amo" da mesma maneira automática que outras pessoas dizem "tchau". Não significa nada.”(Pág. 132)

“- Não importa o que aconteça, o que eu disse é verdade.
Suas palavras soam como uma agulha arranhando um disco. A sensação de estar afundando e adoecendo toma conta de mim. É por isso que nunca se deve, jamais, criar altas expectativas. É por isso que se deve sempre ver o copo meio vazio. Então, quando a coisa toda derrama, você não fica tão devastada. Quero chorar, mas mantenho meu rosto tranquilo, aplico em mim mesma uma injeção psicológica de Botox. Não posso chorar por diversas razões, e uma delas é que se ele perguntar o motivo não serei capaz de articular uma resposta.” (Pág. 136)

“- Para sempre é muito tempo - digo, sarcástica.
- É realmente muito tempo - diz ela. - E às vezes duvido da minha capacidade de compromisso. Quer dizer, sei que quero me casar, mas às vezes não consigo me imaginar passando mais quarenta anos, ou seja lá quanto tempo for, e nunca mais sentir aquela emoção de beijar alguém diferente”(Pág.173)

“- É, eu beijei o Marcus. Grande coisa.
- Para mim é grande coisa, sim. - Ele está tão perto de mim que sinto seu cheiro de álcool. - Eu odeio isso. Não faça de novo.
- Não me dê ordens - sussurro de volta bem agressiva. Lágrimas de raiva escorrem dos meus olhos. - Eu não digo a você o que fazer... Quer saber do que mais? Talvez eu devesse...Que tal: Case-se com a Darcy. Eu não me importo.
Saio de perto de Dex, quase acreditando no que disse. É o meu primeiro momento de liberdade do verão. Talvez o momento mais livre da minha vida. Estou no comando. Eu decido. Vou para os fundos, sozinha entre a multidão, o coração acelerado. Minutos depois, Dex me encontra e me segura pelo cotovelo.
- Você não falou aquilo a sério ... sobre não se importar.
Agora é sua vez de ficar desesperado. Sempre me impressiono em ver como esta regra é infalível: a pessoa que se importa menos (ou que finge se importar menos) tem o poder.” (Pág.184)

“Por um segundo irracional tenho um desses pensamentos que a maioria das pessoas não admite: engolir uma dúzia de comprimidos, e depois vodca. Poderia punir Dex de verdade, arruinar o casamento deles e acabar com minha própria tristeza.Não seja maluca. É apenas uma pequena decepção. Você vai superar isso. Penso em todos os corações partidos neste momento, em Manhattan, em todo o mundo. Penso em toda a avassaladora tristeza. Imaginar o sofrimento alheio faz com que eu me sinta menos sozinha. Maridos abandonando suas esposas depois de vinte anos de casamento. Crianças chorando: "Não me abandone, papai! Por favor, fique!" Meu sofrimento não se compara a esse tipo de dor. Foi apenas um romance de verão. Nunca duraria para além de agosto.” (Pág. 189)

“Lembro de minha mãe dizendo que o oposto do amor não é o ódio, é a indiferença. Ela tinha razão. Meu objetivo é ser indiferente ao Dex.” (Pág. 202)

“Olho para o relógio. Tenho ainda dez minutos. Dez minutos para sentar e pensar na minha nova vida, na sensação de ser o único e legítimo amor de Dex. Eu me instalo no sofá, fecho os olhos e respiro fundo. Cheiros gostosos e sons claros e bonitos preenchem meu apartamento. A paz e a calma tomam conta de mim enquanto percebo que não estou com qualquer sentimento ruim: não tenho ciúmes, preocupação, medo, nem estou sozinha. Só então reconheço que talvez esteja sentindo a verdadeira felicidade. Até mesmo alegria. Nos últimos dias, quando senti essa emoção em meu coração, percebi que a chave da felicidade não deveria ser encontrada num homem. Que uma mulher independente e forte deveria se sentir realizada e plena por conta própria. Isso é verdade, é realmente possível. E mesmo sem o Dex, gosto de pensar que ainda poderia ser feliz. Mas a verdade é: eu me sinto mais livre com o Dex que quando estava solteira. Eu me sinto mais Rachel com ele do que sem ele. Talvez o amor verdadeiro faça isso. E eu realmente amo Dex. Eu o amei desde o começo, desde os tempos da faculdade, quando acreditei que ele não fazia o meu tipo. Eu o amo pela inteligência, pela sensibilidade, pela coragem. Eu o amo completa e incondicionalmente, sem reservas. Eu o amo o suficiente para me arriscar. Eu o amo o suficiente para sacrificar uma amizade. Eu o amo o suficiente para aceitar minha própria felicidade e com ela fazê-lo feliz também.” (Pág.228)



P.s: Clique aqui para baixar o livro.
Língua: Português
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