segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Sobre escrever



Eu vivo ouvindo as pessoas dizerem sobre como eu ecsrevo bem, e sobre como devia fazer disso minha vida. Acho que eu nunca quis dividir muito do que eu escrevo porquê não sei escrever sobre as outras pessoas, sobre o que elas sentem:  tudo o que vira letra veio de mim, são coisas que eu senti ou pensei em determinados momentos, são partes de mim. Escrever ficção pra mim, então, é uma piada: todos os personagens são extremamente parecidos comigo, com o que eu sou ou com quem queria ser. Acho que por isso me limito a escrever raramente e apenas em momentos-limite: quando passo alguma coisa pro papel é porquê aquilo não cabe em mim, e estou procurando uma forma de aceitar, de me aceitar.


Eu sinto também que eu nunca devia parar de escrever, porquê essas palavras perdidas me ajudam a entender como eu estou em relação ao mundo, às outras pessoas e a mim mesma, mas às vezes, parece que não há neologismo que explique o que acontece e só saem clichês e meias verdades. Porquê escrever é um exercício de sinceridade, e pode ser que às vezes nem eu esteja preparada pra descobrir: verdades inquietam, desassosegam.


Podem pensar o contrário, a lógica o diria, mas não escrever pra mim é um exercício de fuga: se não paro pra escrever, não paro pra pensar, e se você não pensa em quão confusas as coisas estão, elas simplesmente parecem normais, como deviam ser.

Nenhum comentário: