Ao mesmo tempo em que trabalho a ideia fixa de que meu corpo é meu templo, que deve estar bem nutrido e saudável, e não um objeto de descarrego de frustrações e excessos, trabalho também a minha atividade mental: eu tenho um defeito muito grande que estou tentando controlar, sou uma fofoqueira em recuperação. Será que existe um "Fofoqueiros Anônimos"? Eu queria que existisse, para poder conversar realmente com as pessoas sobre isso, sem recriminações ou olhares tortos. Eu simplesmente adoro a vida dos outros: não sou do tipo que deseja mal, nem torce para o outro incorrer em erros, mas eu adoro fazer parte, saber o que está acontecendo, mesmo na vida de completos desconhecidos – não é exatamente o que nós fazemos quando lemos um blog? Sabemos dos problemas, anseios e do cotidiano de pessoas que de outro modo nunca conheceríamos - uma forma de voyeurismo, acho eu. O que eu comecei a perceber é que essa curiosidade natural acaba por me prejudicar muito, eu sempre sei mais do que devia, muitas vezes sobre coisas realmente sérias e que eu preferia não saber. Assim, estou me trabalhando para não ouvir, não falar e não repetir informações que não sejam relacionadas à minha vida: peguei aquela historinha sobre as três peneiras para seguir, sabe?! Se não, eu explico: antes de falar qualquer coisa, eu penso se essa fala passaria por três critérios, a saber a veracidade (é verdade?), a bondade (eu gostaria que falassem isso de mim?) e a necessidade ( eu preciso MESMO falar isso, nesse momento e para essa pessoa?). Como eu disse no post anterior, às vezes eu erro, mas recomeço no dia seguinte, pedindo por força e tolerância, rezando para que eu mesma me torne mais forte, e que eu consiga distinguir o que deve ou não ser falado. O pior é que quando a gente não quer falara mal dos outros, começa a se sentir excluído, ou sem assunto – ou isso ou a maioria das pessoas com quem eu convivo são medíocres, que só sabem falar da vida dos outros. Às vezes, quando você tomar uma decisão desse tipo, a solidão é uma boa companheira e só a fé na melhora que isso pode trazer pra mim mesma me mantém firme nesse propósito. Quando fica difícil pensar bem do meu próximo - as vezes as pessoas realmente não colaboram – eu uso uma frase que eu mesma criei e que tem sido bastante útil: "posso não controlar o que eu penso, mas controlo o que eu falo". Espero que vocês não me deem sermões puritanos sobre como é feio falar da vida dos outros, eu já sei disso tudo e posso, eu mesma, me dar sermões inacreditavelmente bons. Se juntem a mim no meu mais novo lema: servir em silêncio.
3 comentários:
May, todos nós fazemos isso, em menor ou maior quantidade. Gostamos de saber dos outros sim, e mente quem diz que não. Mas, aí, é que está a questão: será, como vc disse no texto, que precisamos "repassar" tudo o que nos dizem?? bom texto para reflexão, pois muitas vezes, minha língua solta me faz arrepender de muitas coisas que reproduzo. Parabéns pela sinceridade. Beijos
Mayara você já reparou que até revistas que mais vendem são as de fofoca...rsrs O povo paga pra saber da vida alheia, é unanime só acho que as pessoas deveriam sim fazer uso das 3 peneiras sempre. Evitaria muita dor. Eu adoro ouvir, o saber me encanta. Mas não sou de falar sobre, não que eu ache que isso me redima, muito pelo contrario, pois munida das informações faço julgamentos terriveis...rsrs
Agora estou em "tratamento" tentando não julgar. Apenas ouvir e observar ficando em cima do muro, problema que as vezes dá um tontura e a gente começa a pender para um lado....rsrs Mas sou do principio do AA, vivo um dia de cada vez....então só por hoje....
Tenha uma ótima quarta-feira
Abraços
olá vi que estamos bem perto,moro em pouso alegre...adorei passar por aqui!!
bjs
fernanda
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