Quando nós somos crianças, é fácil fazer amigos: na escola, na aula de ballet, no inglês, e até mesmo no parquinho, achamos sempre alguém que gosta de coisas parecidas ou quer fazer a mesma brincadeira. À medida que vamos crescendo, no entanto, as coisas vão se tornando mais difíceis: surgem as famosas panelinhas, nem sempre para incluir mas mais para excluir os diferentes ou os que gostam de coisas "anormais". Quando a gente cresce como um "outsider" se encaixar pode ser algo aparentemente impossível. Eis que eu passei por todos os estágios: tive amiguinhos de fazer bolinho de terra junto no parque, fiz grande amigas durante a infância que até hoje me são caras, apesar de não mais tão próximas, fiz amigos na faculdade (até encontrei um melhor amigo-namorido por lá"). Só que agora, meu círculo se estreitou: entre cuidar da casa, fazer supermercado, trabalhar oito horas por dia às vezes de manhã e às vezes à noite, inglês, pbde, viagens a constantes à uma cidade vizinha à trabalho, eu simplesmente não tenho mais tempo de me relacionar com as pessoas, o que me deixa sem opções - aonde então arrumar amigos? Já comentei algumas vezes que sou funcionária pública, o que basicamente significa que juntaram pessoas de formações diferentes, ideias diferentes, lugares diversos e que tem unicamente em comum o fato de terem estudado (ou terem sorte!) e entrado para o funcionalismo publico federal. De forma que eu saio com eles, bebo com eles, como com eles, mas não me sinto parte do "eles": o pensar diferente define o "ser" diferente, e assim estou sempre um pouco à margem - sou mais liberal, mais cabeça aberta, tenho menos preocupações de cidade pequena e até a minha criação foi completamente diversa. Senão no trabalho, onde mais fazer amigos? No grupo religioso? Só frequento às segundas-feiras esporadicamente e de uma forma que não favorece a criação de vínculos. Não faço nada além disso, não gosto de academia, não pratico esportes e não dá pra puxar papo na biblioteca (silêncio!) e nem no cinema. Cada vez que eu penso nisso, chego à conclusão de que meus melhores amigos serão sempre da minha família: de meus tios com quem eu posso contar para tomar um porre até me dar uma carona num dia inconveniente, aos meus irmãos com quem eu divido meus risos e lágrimas e que sabem mais de mim que provavelmente eu mesma. De fato, é bom saber que eu tenho pessoas com quem eu posso contar incondicionalmente, mas ultimamente tenho sentido falta de pessoas para conviver no dia-a-dia... Tenho um pouquinho de inveja dos amigos que possuem casais que saem juntos há anos, sabe como é? Viagem coletiva, bar no fim-de-semana, festa na casa de um, almoço na casa do outro. Então, talvez, seja melhor mudar minha pergunta: aonde arrumar companheiros? A menina aqui, que sempre fugiu das pessoas, de repente tá com vontade de interagir e não sabe como? Vocês ajudariam uma pobre eremita?
4 comentários:
Eu ainda estou na faculdade e mesmo assim não consigo encontrar essas pessoas que se encaixam perfeitamente em mim. Se você descobrir como fazer amigos, me conta! Por enquanto, vamos ficando mesmo com a amizade dos irmãos. Quer ser minha amiga? ;)
Oi Má!!!
Este mundo blogueiro é uma opção boa de interagir com várias pessoas, eu mesma já conheço pessoalmente 2 blogueiras e uma delas é do Paraná. No cotidiano é difícil achar alguém que tenha o mesmo perfil nosso, mas as diferenças estão aí para serem compartilhadas e vividas. Um beijo!
PS. Tem sorteio lá no blog!!!!
Não tem fórmula, Mayara! Eu tenho duas grandes amigas e elas simplesmente surgiram na minha vida. Já me sinto contente! Bjs.
Bem os meus amigos "surgiram" em empresas que trabalhei, infelizmente não consigo fazer sempre os encontros, mas eventualmente a gente se visita, e conversa por horas a fio, se bobear se liga logo depois para falar de mais alguma coisa que faltou...rsrs Por vezes vamos a um happy hour mas nem sempre são casais na maioria das vezes são os solteiros mesmo. Meu perfil não é de esposa e mãe (embora o seja na prática) gostamos da informalidade que move o mundo dos solteiros...Sair conversar e ouvir música boa, regado a boa conversa. Já quando aparece um casal, se a esposa é legal o marido é um babaca e se o marido é legal a esposa é uma criatura muito "doméstica" (só fala do marido, filhos e empregados...rsrs) Traduzindo meus amigos são de anos atras, não fiz amigos"amigos"mesmo nos últimos 5 anos.
Tá eu acho que não ajudei muito....kkk
PS.: Quanto ao Bolsonaro, é um nome para não nos esquecermos para nas próximas eleições evitarmos que ele se eleja. Esse é o nosso poder contra o crime que ele comete a cada vez que abre a boca.
Muita luz e Paz
Abraços
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