terça-feira, 28 de setembro de 2010

Ando relendo meus textos de adolescente

Pra cada palhaço, um circo.


   Mas o circo perdeu o glamour, e o palhaço anda sem graça, sorrindo sem querer e sufocando a vontade de chorar.
   Eu fico em maior desvantagem ainda no picadeiro: nunca fui boa em física e sempre choro de rir: alegria-dor-alegria-dor, tudo junto. Quisera eu saber colocar pra fora tudo o que eu sinto e nem um milagre seria suficiente pra o conter.
   Nada mais é glamouroso hoje em dia, os palhaços usam tanta maquiagem é pra esconder a dor e a contorcionista faz tempo só se apresenta drogada que é pra não sentir seu corpo, não sentir nada. Quanto placebo! Milagres são o meu, cada um escolhe algo. 
    Eu não acredito em nada, mas estou tentando desesperadamente acreditar pra ver se encontro um porque continuar me apresentando, afinal de contas a arquibancada tá quase vazia, mas ainda tem algumas pessoas com tomates na mão, e outras esperando a hora pra levantar e aplaudir o ridículo espetáculo da minha vida.

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